terça-feira, 12 de julho de 2011

Exatamente um mês atrás eu nos via como um "fio de". Não que fios sejam algo romântico, muito menos sinônimos de segurança, pelo contrário. Mas os fios, independente dos tipos, cores e funções, sempre foram, no mínimo, curiosos. Como podem amarrar, segurar, passar energia, manter ligações, sendo todos apenas "fios"? Lembro de filmes de suspense, quando as bombas estão prestes a explodir e o mocinho precisa apenas acertar a escolha do fio pra poder salvar a história. Lembro também de quando os fios estão velhos e gastos e ainda passam energia, e a gente enrola fita adesiva e torce pra que ele aguente mais um pouco, mas que esse pouco seja muito. Lembro de fios de cabelos, que sozinhos, são tão frágeis e quase invisíveis. Lembro dos fios de lã que minha vó usa para fazer tapetes enormes. Fios de azeite, que dão sabor novo a qualquer tempero. Exatamente um mês atrás eu imaginava que nos comparar a um "fio de" era sinônimo de esperança, de que ainda podia passar energia, de que ainda poderíamos construir coisas grandes e salvar todo mundo, tendo que emendar pedaços ou não, que poderíamos dar um novo sabor.