quinta-feira, 25 de março de 2010

Quimera..

Amanhã completo 22 anos! Lembro de quando estava com 19 e ficava naquela neura dos 20. "Tenho 20 anos... 20 anos! Velha demais pra muita coisa, e nova demais pra maioria de todas as coisas!" Pelo menos de todas que eu quero. Agora com 22 não me sinto mais tão apavorada assim. Tenho um bom emprego, uma ótima família, alguns poucos e bons amigos. Continuo apaixonada pelas mesmas coisas, aprendendo um pouco mais sobre elas, inclusive. Consigo, ou penso que consigo enxergar com mais clareza, menos ingenuidade, talvez. Tenho tanto o que fazer ainda, e tanto o que explorar! A Petrobrás precisa de mim, hur. Já tô na idade de ter filhos? Quero uma moto. Quero saltar de pára-quedas, pra quando estiver completando 32 anos, já tenha pelo menos 20 saltos :D Vou passar metade do dia em Porto Velho, e depois vou pra Manaus, presentão hein? Domingo faço a prova da Petrobrás, e volto pra cá na segunda. Experiência gera sabedoria? É isso o que tô querendo.



sexta-feira, 19 de março de 2010

Luto

A morte é coisa triste. Lembro de quando eu era criança, bem criança, e um homem que morava na mesma rua que nós, morreu. Ele era amigo dos meus pais, e até onde me lembro, se é que me lembro bem, havia ficado louco. Andava com cheques em branco pendurados ao pescoço, assinava e dava pra quem os quisesse. Eu não entendia muito bem, mas recordo de sentir medo dele. Até que ele morreu. Dizem que ele se jogou na frente de um caminhão, mas eu não conseguia imaginar isso. Por que alguém agiria assim? Fui ao velório e acho que minha mãe tentou evitar que eu o visse no caixão, mas eu o vi. Seu rosto continuava o mesmo, a não ser por algodão nas suas narinas. Várias pessoas chorando, tristeza. Fiquei triste também.

Vi a morte outras vezes. Outro caso, esse me lembro bem, foi a morte do meu avô. Não tínhamos muito intimidade, mas eu o amava, com certeza. Meu vô era um senhor fechadão, mas gostava de dançar. Em todas as festas eu o via dançando. Na última vez que nos falamos, foi um dia antes de tudo. Ele estava sentado à sombra de uma árvore, e eu lhe dei um beijo. Ele sorriu pra mim, e disse alguma coisa que eu não lembro, mas lembro da voz dele. Sotaque pesado de paulista. Vovô sofria dos rins, mas morreu do coração. Foi um choque grande. Foi o segundo velório que participei. A capela tinha cheiro de flores, mas não era enjoativo. Vovô parecia muito calmo. Minha família abraçava minha avó, e ela ficava murmurando baixinho “bem.. ô meu bem..” A vovó nos deu o cachorro que era do vovô, o Jakito, que foi um dos bichinhos mais amados que já tive.

Quando eu era adolescente dizia que não tinha medo da morte. Morreu um colega meu, de rua. Ele havia entrado para o outro lado da vida, aquele onde as pessoas se apoderam do que não é seu e usam a violência pra isso. Levou vários tiros no rosto. Seu corpo cheirava mal e seu rosto estava completamente irreconhecível. Sua mãe desmaiava e vários carros de polícia faziam ronda durante todo o velório. Tive medo de morrer.

Outras vezes apenas senti. Minha avó do Ceará morreu do coração também. Eu chorei muito, muito mesmo. Amava ir passar as férias com ela. Contava os dias para o fim do ano, até poder ir vê-la. Era uma senhora amorosa e gentil, como todas as boas vovós de filme. Não tive como ir vê-la, mas imaginei seu rosto sereno, quase sorrindo, enfim descansando. Mesmo assim a sensação de nunca mais, nunca mais, falar com ela, ouvir sua risada doce, dizer o quanto a amava...

Durante toda a vida ouvimos a morte. Pessoas morrem dormindo, morrem tentando matar; morrem porque querem viver. Morrem e deixam os vivos aí, mortos.

Sempre gostei de ler, e em quase todos os livros há morte. E em todas as novelas, e filmes, mas mesmo assim nunca estamos preparados, muito menos vamos nos acostumar. Ainda há aqueles que morrem sem ter morrido, simplesmente abandonam o que eram, e passam dar vida a outra pessoa em si própria. Fazem falta da mesma forma como aqueles do velório, mas ainda bem que estão vivos.

Amigos dos nossos amigos, famílias, grandes diretores do cinema. Nosso bichinho de estimação e as crianças no oriente. Deixar de existir, parar de respirar. Calar-se.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Mais uma.

Já escrevi canções, duetos, sonetos e histórias de amor. Hoje prefiro ler e ouvir. Ler e ver. Ler. Mas agora estou com vontade de deixar fluir palavras. Vamos ver no que dá.